sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Transformação

Da minha matéria
farei o carbono seco
reluzido com lâminas de luz
e o úmido da alma guardada
entre os olhos e o mundo
Nutrirei o ser num leve
cheiro de chumbo que floresce
pelas vias da cidade
Estarei presente no peso do espelhos
mas jamais serei reflexo
Virtual serão os desejos do corpo
erupções de calor pelos poros da pele
as frestas da arcada dentária
o fio negro escondido em cada lavoura de emoções
(Meu dias e minhas horas
alguns amores escritos na terra
o escuro espirito do meu nome)
Quero palavras em forma de gritos
a eternidade concentrada
dentro do globo translucido.
O embrião de minha coluna
os livros, o sangue, o tecido
a genealogia, o desejo, a flor explodida
entre a floresta e as montanhas
Assim me crescerão duelos
da carne com os aromas do vento
cada sonho brotado de noites densas de sono
o barro que vaza debaixo da unha
a transformação da matéria orgânica em memória