quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Encruzilhada

Em frente as paredes do quarto
sou um sonhador
invento palavras, texturas, melancolias
temperaturas que deslizam pelos corpos
Não há o que seja impossível
na areia de meu punho
vejo noites, cavalos e portos
duas crianças abraçadas na luz do sol
o trem que grita aos surdos
trilhos atravessando a pele
Sozinho até mesmo de mim
sou faca, navalha, fé e cruz
Encruzilhada
o vento grisalho dessa cidade-exílio
de loucos e medos