E que se fosse
individuo serifado
nas liras antigas
das letras redondas
pelo luxo, apenas,
e não pelo que se necessita.
Que assim seja.
E faça do conteúdo
(o contexto que a contém)
questão de cansaço
escassez na vida
do que é menos
e do que mais, é vago.
Montando por arranjos,
conjuntos e
conjunções,
as ideias.
Que não sabem ser simples
muito menos belas,
mas ralas,
porém talhadas
como trabalho
feito por ferreiro
a forjar uma lâmina
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
domingo, 26 de agosto de 2012
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Acima do céu
Anabela não sabia
de meio em meio tom
como era
a vontade vistosa
de querer bem.
Anabela
era mais
que som
que si
luz e sol
música
flor, pétala e pipoca
caderno de desenho
rasura, giz de lousa.
Era mais e de sobra.
Ela, Anabela
Era doce de coco
com tez rosada e
cabelo cacheado
(solto em saltos
descalços nas esquinas).
E verde eram
os olhos
unhas e flores
no jardim de Anabela
E era livro
lombada
página
poema
Ah, Anabela.
Sussurrava suspiros
sinceros de sim
nas premissas do peito.
Nos calos
das tarde caladas.
Anabela.
Mas faltava
em ti
querer me bem
de meio em meio tom
como era
a vontade vistosa
de querer bem.
Anabela
era mais
que som
que si
luz e sol
música
flor, pétala e pipoca
caderno de desenho
rasura, giz de lousa.
Era mais e de sobra.
Ela, Anabela
Era doce de coco
com tez rosada e
cabelo cacheado
(solto em saltos
descalços nas esquinas).
E verde eram
os olhos
unhas e flores
no jardim de Anabela
E era livro
lombada
página
poema
Ah, Anabela.
Sussurrava suspiros
sinceros de sim
nas premissas do peito.
Nos calos
das tarde caladas.
Anabela.
Mas faltava
em ti
querer me bem
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Sobre a cegueira
E de repente
parou seca
como stop
de semáforo
silvo marrom de resguarda
placa larga
em via pública.
sinal fechado
pra poesia
parou seca
como stop
de semáforo
silvo marrom de resguarda
placa larga
em via pública.
sinal fechado
pra poesia
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Timidez
Quis de tudo
do seu modo
De todo seu
o mundo
Sem usar sequer palavras
Só quiçá
sussurros mudos
do seu modo
De todo seu
o mundo
Sem usar sequer palavras
Só quiçá
sussurros mudos
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Sim
.
Ah Clarice
tentou dizer
o pouco dito
de pequenas premissas
em contos de coisas,
mas não disse.
Fez como se acaso
fosse contorno do avesso
e silêncio
silvo de fuga sem
fim, metade
meio
metonímia
ou começo.
Ah Clarice:
se somos
o que está sendo
--entrelinhas
de estrelas
ou laços mal feitos--.
Se o tempo
já é contra
as horas a que pertence
e a felicidade
mero devaneio trivial.
Resta apenas
(senão) esperar
pelo imprevisto:
A visão míope,
o mascar de chicletes,
as cores das rosas,
as cascas
de casas sem casais.
Resta o resto
tempo do pouco
Para que nem tudo
vire gema de ovo
e se esparrame
pelas cortinas
dessa vida
.
Ah Clarice
tentou dizer
o pouco dito
de pequenas premissas
em contos de coisas,
mas não disse.
Fez como se acaso
fosse contorno do avesso
e silêncio
silvo de fuga sem
fim, metade
meio
metonímia
ou começo.
Ah Clarice:
se somos
o que está sendo
--entrelinhas
de estrelas
ou laços mal feitos--.
Se o tempo
já é contra
as horas a que pertence
e a felicidade
mero devaneio trivial.
Resta apenas
(senão) esperar
pelo imprevisto:
A visão míope,
o mascar de chicletes,
as cores das rosas,
as cascas
de casas sem casais.
Resta o resto
tempo do pouco
Para que nem tudo
vire gema de ovo
e se esparrame
pelas cortinas
dessa vida
.
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Minimamente
* a Helena Zelic - Autora de "Se mínimo" e do blog Tempos de Morangos
bem-me-quer,
saraus, rodas rabiscos e cirandinhas.
plagio poético
prosa roseada,
rosa proseada ou
Guimarães Rosa
prosa roseada,
rosa proseada ou
Guimarães Rosa
Dia de lírios
buquês
bocas
bailados
balaios
bailarinas
e miares de gato,
buquês
bocas
bailados
balaios
bailarinas
e miares de gato,
De ver letras
no sol
e estrelas no céu
no sol
e estrelas no céu
De ler,
re-ler,
ler novamente,
até que a releitura
dessas alegrias
não seja suficiente
até que a releitura
dessas alegrias
não seja suficiente
e sejam queridas outras tantas
por horas ademais.
Dia de pegar o livro novo
da poeta favorita.
da poeta favorita.
E apreciar a língua
como quem
com filhos se delicia
E fingir ser poeta
para divagar com o pressagio
E fingir ser poeta
para divagar com o pressagio
de ser tal a poeta que inspira
É, pois, tempo de sentir:
sentar em frente a janela
e apreciar os
sentar em frente a janela
e apreciar os
versos de poetisa
que não faz a vida
em estrofes ou estorvos,
em estrofes ou estorvos,
mas sim em poesia
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