sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Sexta-feira

Na cidade uma mãe chora
a policia mais assassina do planeta
acaba de fazer uma vítima.
Era daquele mesmo tipo
negro pobre
estereótipo de garoto fudido.
Não trazia erva ou pó
nem roubou ou fumo
Não era ladrão
só pensava em desenhar o próprio rumo

Por aqui todo dia é assim
toda hora morre um
estudante, amigo, o ditado comum
E as famílias ficam em casa
assistindo o jornal
que se diz do bem
mas escreve sua manchete
com meu sangue marginal.

E já que é como é:
Chora meu amigo, chora brasileira
em todo esse planeta
a polícia sempre escolhe
os filhos de mãe preta

Mas vai continuar assim, Sr. Policial?
Acabou a escravidão e ainda me tratam de animal.
até sonhar é proibido.
Se for ser assim, então que me prendam, que me levem
Para a áfrica, pra lá do exílio.
Mas se for pra ficar, te peço respeito
com minha pele sou escuro, também sou sujeito
Suamos todos, afinal
no mesmo lugar e do mesmo jeito

Eu bem sei o que se passa
e não vou mais aguentar
se tentarem me ofender
vão ter que me aturar
porque já é do passado
aquela velha fase de lama
que rasgava, que ardia
que queimava feito chama

Então escutem bem meu desejo
pois uma vez só uma vez vou falar:
Agora é outra hora
novo dia, nova história
Também quero jantar em banquete de glória

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