Agora vejo que de mim
florescem pétalas
e dessas pétalas desabrocham
o cheiro das mais belas flores.
As flores dos que descobriram sobre o amor
e conhecem as minucias
da paixão,
da argucia dos dedos deslizando pelas costas
(que correm e deixam marcas
como um rio de diamantes
como um sol de domingo, como
o êxtase do sexo, o êxtase do beijo
o êxtase da noite e da eternidade)
De mim e de meus olhos,
brilha o mistério da poesia,
reluz a luz clara da lua branca
e a lembrança das tardes em cinemas.
Da boca
soam os gemidos das ondas arrebentando
a beira mar, trazendo conchas novas
as crianças que brincam na areia
De mim, do meu corpo,
do todo que não sou,
brota a eternidade,
os frutos das mais belas das árvores,
a aquarela das folhas com poemas,
as cores da alvorada
e dos jardins que estampam
suas roupas floridas.
– Não sei o que sinto.
Só sei que descobri o amor.
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