Corre no ventre desta terra
um rubro vermelho de pranto
carregado em longos choros
que escorrem por veias torturadas
Mas que (ainda)
perdido entre janelas e labirintos
resiste sofrego
com brilho estrelado
sob os estalos de fogueira,
porque se nega
--como todos os fogos--
aos corrimentos
de ampulhetas e areia
Corre pois entre os pés da Patagônia
e os cachos colombianos
as histórias mais vividas
de fatos fantásticos
que a realidade tenta,
mas não imita
São,
se não seus
os tempos deveras ternos
desarranjos, fábulas
e os murmúrios
de canções desesperadas
E trazem também em tréguas
e entregas de amor
o ciciar dos sonos cansados
e regressos das calmarias oceânicas
É, sim, nos abraços partidos
e ternuras roubadas
que resiste cada verso
gravado no seio
do amuleto andino
Um amuleto estampado
com a rubi esperança
de ser leve como as borboletas
e livre qual os peixes dourados
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