Benedita
tinha pintada
de preto
a tez que é a pele e os pelos,
Os olhos
na lua e as luas
de mel, como luares
estampadas
nos lençóis vermelhos
do lábios
E gostava de beijos
e abraços
carinhos
e os abracadabras
que tinha o dia-dia do mundo
Via magia
e via-se
nos espelhos
das ruas, nas quinas de si
nas canções e nos cantos
nas gelatinas e costuras
nos menores e nas maiúsculas
Em cotas
o cortejos
xotes forrós
valsas versos e outras
prosas
era Benedita, a menina,
(ainda que não)
a mais linda
Mas teve a noite sem silvos,
depois do passar veloz dos ponteiros
de silêncios descompassados,
aquelas que se confunde o som
do coração
com o dos estatelares dos passos...
Foi quando viu Benedita
que já era mulher
e um tanto sofrida
tendo a sina
de não ser cisne
mas sim uma coisa
pobre e podre
quase perto
dos buracos negros
de quem nasce
tinturado
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