quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Uma carta de amor

Digo que da luz
sai a lua
e da lua
sai seu
sorriso.
Que é como
o doce feito pelas avós,
cheios de açucares
e carinhos colando
em colheres de pau

Pela minha boca
saem agora,
as palavras
de quem ama
e deseja te dar flores,
mas se recusa
prendendo em algemas,
em furos no céu
e apertos nos olhos,
cantar uma serenata
(que seriam mais de escritas relidas
pois minha voz é dura e rouca
para o soneto e o canto dos pássaros),

E tendo tatuada toda essa
vergonha de quem
não faz da voz acorde ou aurora,
te mando uma carta.
Porque minha escrita
insiste em se despetalar.
Mandando as  rosadas pétalas
(qual seu lábio inferior)
pelos quatro cantos
dos silvos e ventos
que rodam o mundo
como moinho
ou o brilho estranho do mar noturno.

E te envio, pela voz do correio,
porque não tenho duvida que te amo:
amoras em formas de letras,
afagos em formas de beijos,
e as estrelas do céu
como cada verso
fincados em tinta nanquim
na folha desse poema.

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